quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Dawson Creek a Fort Nelson - Canada

Quando saí de Dawson Creek o tempo só piorava e eu sabia que aquele dia seria brabo. O frio úmido estava  realmente pesado e minha sorte é que tinha tomado um super café antes da saída, incluindo na refeição ovos, presunto, cereais e chocolate quente. Tinha que tomar cuidado com os desvios de estradas, todos muito escorregadios naquelas alturas. Estava super agazalhado com uma roupa  de chuva especial que Marcio tinha enviado para mim do Alasca um pouco antes de minha partida, junto com um par de botas próprias para frio e chuva. Ela é toda forrada por dentro, inclusive no interior da calça. Essa roupa, junto com o capacete especial da Zeus que me fora patrocinado pelo representante dessa empresa no Rio de Janeiro, garantia para mim uma jornada confortável e aquecida. Fui tocando com certa atenção e horas depois já avistava sinais anunciando minha chegada em Fort St. John. Como não havia reabastecido a moto na minha saída, aproveitei para faze-lo naquele simpático ponto turístico localizado nas imediações do Williston Lake. O norte do Canada é todo cortado por lindos lagos e parques nacionais muito frequentado pelos canadenses e turistas americanos, na sua maioria em motor homes modernos e confortáveis, verdadeiras casas ambulantes, que são estacionadas na mata, margem dos lagos ou campings muito bem organizados e com uma infraestrutura perfeita que inclui gazolina, diesel, restaurante, bar, drugstore, motel e eventualmente guias para os turistas. Com o tanque cheio, voltei para a 97 e sentei a púa em direção a Fort Nelson, onde começaria para mim a aventura na Alasca Highway, a famosa e principal via de acesso para o Estado americano do Alasca. Continuei tocando num ritmo que a chuva , vento e frio permitiam e parando esporádicamente nos desvios para recuperação da pavimentação. No meio da tarde, quando o frio e a chuva aumentavam de intensidade, resolví parar numa bomba de gazolina, cujo dono de procedência europeia, mantinha com a mulher uma chocolateria com uma variada gama de doces, bolos e pastéis deliciosos, tudo servido num clima aquecido e de absoluto conforto, apesar da simplicidade do ambiente. Após deliciar-me com o papo e com o lanche, despedí-me do casal de alemães e voltei para a 97 molhada e fria. Viajei a tarde toda e no inicio da noite, conseguí finalmente alcançar a pacífica cidade de Fort Nelson. Parei para dormir num Holliday Inn Express, um pouco mais caro, porém o mais indicado para a ocasião. Muito conforto,  com restaurante próprio e café continental pela manhã. Era tudo que precisava após uma jornada inteira sob chuva, frio e vento. Fui para a internete após o jantar, e comemorei com a familia minha chegada naquele ponto, reta final para atingir o território selvagem e inóspito do Alasca. Dalí para a frente, além dos obstáculos já conhecidos, enfrentaria tambem a revoada permanente dos famosos mosquitos da Alasca Highway, que te obrigam à cada parada, limpar o visor do capacete com água e sabão. É uma verdadeira peste na região e motivo de permanente protesto através de adesivos vendidos em todas as lojas situadas às margens da famosa rodovia. Ainda pensando nas aventuras do dia seguinte e embalado pela fadiga do dia dificil, entrei sob as cobertas e dormí profundamente.

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