Levantei cedo e fui ao banheiro coletivo ( com seis boxes ) do hotel, modelo do antigo acampamento que o novo dono manteve igual. Depois fui até a recepção e deixei minhas impressões num livro que o dono oferece para que todos os hóspedes sejam lembrados durante sua estadia. Calcei minhas botas que haviam ficado na sala e seguí para uma cafeteria, já que no hotel eles não serviam café. Após forrar o estômago, caí de novo na estrada, agora transitando pela 1que me levaria até Enchorage, no Alasca. A numeração da estrada vai mudando mas na realidade ela continua sendo a Alasca Highway. Pretendia tocar naquele dia chuvoso e frio, diretamente para Teslin. Cheguei a pensar em arriscar um pouco e tocar até whitehorse, mas chegaria à noite e naquela região vc não pode nem pensar em viajem noturna, até porque, se vc tiver um problema mecânico na moto dormirá certamente na rodovia, cercado de bichos selvagens, incluindo-se os ursos marrons e pretos. Para garantir uma viagem mais ou menos segura, devemos parar sempre por volta das cinco horas da tarde, horário em que vc ainda conta com vagas em hotéis normalmente composto por um predio simples de madeira, na horizontal, com um mixto de restaurante e chocolateria e uma única bomba de gazolina, que eventualmente vc pode encontrá-la sem combustível. Por volta do meio dia, parei num camping e aproveitei para reabastecer a moto. Havia um grupo de motociclistas americanos que estavam vindo de Fairbanks, no Alasca. Conversamos muito e ficaram super impressionados com minha idade e pelo fato de estar naquele meio mundo sozinho. Deram-me algumas sugestões e seguiram viagem. Fui chegar em Teslin por volta das cinco da tarde e conseguí um lugar para dormir. O motel era todo de madeira e tinha uma foto de um urso cinza enorme na parede. O dono do hotel era um cara com mais de 2 metros de altura e muito simpático. Levei meu lap top para o restaurante, único lugar disponível com sinal para uso e respondí meus emails enquanto comia alguma coisa. Após o jantar ainda conversei com o casal de proprietários, por sinal muito jovens e depois fui para o quarto tomar uma ducha bem quente e tentar descansar para o dia seguinte. Era inicio de julho e já estava a poucos dias do final da primeira etapa do projeto tres américas.
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