segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Resende ao Rio de Janeiro



Saí cedo de Resende e toquei pela Dutra em direção ao seu ponto zero, no Rio de Janeiro, mais precisamente no quartel da Policia Rodoviária Federal. Na altura de Volta Redonda, num posto de gazolina, encontrei com meu amigo Sergio, de Itaboraí, que havia subido a Dutra para me encontrar e descer comigo para o Riode Janeiro. Tal atitude deixou-me muito feliz, porque somos companheiros de estrada e já viajamos várias vezes juntos por esse Brasil. Começamos então a tocar juntos e por volta do meio dia, chegamos no Km 0 e encontramos o pessoal que havia ido nos esperar, junto com a imprensa falada, escrita e televisionada, que tinha se mobilizado para registrar minha chegada com mais dois títulos para o motociclismo do Rio e do Brasil. Na ocasião, estavam presentes dois jovens motociclistas argentinos que estavam rodando pelo Brasil numa moto de pouca cilindrada e com pouquíssimo dinheiro disponível, a ponto do pessoal se cotizar para ajudá-los, até como um incentivo a essa demonstração de prática, desde muito cedo, do verdadeiro motociclismo estradeiro. Esse fato emblemático serviu como estímulo para todos aqueles que encaram motociclismo estradeiro como base dos desafios constantes do motociclismo voltado para a estrada, símbolo maior da liberdade em duas rodas. Dalí, em companhia de todos que nos aguardavam, seguimos para a Whashington Luiz, local do churrasco e da comemoração da minha chegada vitoriosa. Ao chegarmos, já encontramos tudo pronto e como sempre, o Moto Clube Pregos do Asfasto, na figura do Mario, com tudo muito bem coordenado e organizado. Alí então, num ambiente de muita camaradagem e respeito mútuo, comemoramos o evento dos dois títulos conquistados para o vanguardista motociclismo estradeiro do Rio de Janeiro. Até porque, o verdadeiro motociclista estradeiro luta sempre pelo mesmo ideal, para uma união forjada num ambiente participativo e democrático, onde todos contribuem para o bem do próprio motociclismo sério,  dinâmico e cada vez mais evolutivo. Horas depois, ainda muito emocionado pela recepção de grande significado para mim, despedí-me de todos e em particular do Moisés, Mário e Geraldo Correa, meus tres principais incentivadores dessa jornada tão desacreditada por alguns e fui de encontro à minha familia que aguardava ansiosamente minha chegada em casa. Encerrando esse Blog que nada mais é do que um registro dessa conquista realizada em nome dos muitos motociclistas que prezam seus coletes, seus escudos, suas bandeiras e suas capacidades de ousar acima de tudo, agradeço a todos aqueles que de uma maneira ou de outra tornaram possivel essa jornada solitária que modestamente levou as bandeiras do Brasil e do Rio, para os recantos mais longinquos desse rico e vasto continente. Agradeço tambem a todos os irmãos das tres américas que me incentivaram durante todo esse percurso dificil e cheios de armadilhas próprias da natureza selvagem. Obrigado a todos vcs e que Deus sempre vos acompanhem. Saudações estradeiras do, Augusto BR









São José dos Campos - Piquete e Resende

Acordei bem tarde em São José dos Campos, tomei um café muito gostoso e completo e depois partí em direção a Taubaté onde marcara um encontro com o José Otavio, na porta da concessionária Chevrolet, localizada em frente ao viaduto de acesso à cidade. Tão logo estacionei a moto, nosso amigo chegou na sua máquina e seguimos para sua linda residência. Lá, para começar, Gugu ensinou-me a usar uma simples madeira que substitui toda a parafernália de colocação dos descanso central para levantar a roda traseira e lubrificar a corrente. Invento simples e prático que já estou utilizando em minha moto. Em seguida fui apresentado a Marcia, sua mulher, uma figura muito simpática e agradável, que nos levou para a mesa e nos ofereceu um almoço delicioso e muito apreciado por nós. Após a refeição e a hospitalidade do casal, despedí-me e toquei para Piquete, onde tinha um outro compromisso com um grande amigo e incentivador da minha jornada. Fiquei uma boa parte da tarde em sua casa e depois toquei para Resende. Antes da divisa do Rio de Janeiro, apanhei uma pancada de chuva típica de verão e resolví parar no posto Graal próximo a Queluz, para reabastecer a moto e esperar o toró se transformar em chuva. Uma meia hora e tres cafezinhos depois, partí em direção à divisa com o Rio. Estava em dúvida se parava para dormir em Penedo ou em Resende. Por fim e por ser mais prático, parei num motel localizado nas margens da Dutra logo após a rodoviaria e o viaduto de acesso a Resende. Conseguí deixar a moto estacionada na parte coberta da chegada na recepção e fui tratar de falar com os amigos no Rio a respeito do meu horário de chegada. Soube então, que teria uma recepção na baixada, coordenada pelo jornal Motorcycle e pelo Moto Clube Pregos do Asfalto, que haviam reunido um grupo de motocclistas estradeiros e sempre interessados no vanguardismo do motociclismo do Rio de Janeiro, que iriam me encontrar no Km 0 da Via Dutra e dalí, em comboio, seguiríamos para a séde do detran de Duque de Caxias, na Washington Luiz. E mais uma vez ficou registrada a absoluta ausência da AMORJ, entidade que só existe no registro de criação, na chegada de um motociclista que trazia em sua bagagem um título mundial de motociclismo estradeiro de longa distância na categoria veterano, 69 anos, indo do Rio ao Alasca, ída e volta, solitariamente, além de um título de primeiro motociclista estradeiro sulamericano a participar do encontro de Sturgis, Dakota do Sul, o maior evento do gênero no mundo, pilotando sua própria moto desde sua cidade de origem, no Rio de Janeiro. Esse aliás é o exemplo de uma diretoria que há uma década e meia dirige nossa entidade sem receber um voto sequer dos milhares de motociclistas escudados do Rio de Janeiro, diferentemente do que ocorre em todos os outros Estados Brasileiros, onde as diretorias das AMOS são eleitas pelo voto direto da maioria absoluta dos seus motociclistas.

Ourinhos - São José dos Campos

Minha saída de Ourinhos foi muito concorrida. Antes de partí atendí o pessoal da imprensa, acionada pelo proprietário do hotel, muito empolgado com o resultado da minha jornada. Terminado o papo com o pessoal, voltei para a estrada e seguí para o inicio da Castelo Branco. Dalí para frente estaria livre do caríssimo pedágio paranaense que só perde para o assalto que nós motociclistas sofremos na Via Lagos, a caminho da região dos lagos, no Rio de Janeiro. Esse é o pedágio mais caro do mundo por km rodado, principalmente em se tratando de moto. Cheguei na Castelo e passei a viajar em quatro pistas e sem problema nenhum de sinalização. Após passar pelas entradas de Botucatu, Itu, Indaiatuba e Sorocaba, entre outras, cheguei em São Paulo via Alphaville, onde apanhei a conhecida marginal Tietê com seu tráfego sempre muito pesado. O pior que estava com dois baús laterais enormes e mesmo assim era pressionado pelos moto boys locais que insistiam para que passasse entre os veículos como eles costumam fazer e eu tambem, quando estou sem muita bagagem. Duas horas depois, estava trafegando na Carvalho Pinto, uma das melhores rodovias do Brasil. Aproveitei para reabastecer a moto no posto da entrada para a estrada que desce para a bela Bertioga. Aproveitei para conversar com alguns motociclistas que estavam se reunindo para descer para o litoral e ficaram muito impressionados com minha viagem, não tanto pela distância mas pelo fato de te-la feito solitariamente. Dalí, fui tocando até a saida para São José dos Campos, onde cheguei no final da tarde e fui direto para o hotel Ibis, localizado nas margens da Via Dutra. No hotel, coloquei a moto no estacionamento coberto e fechado, subindo em seguida para meu apartamento. Tomei um merecido banho e depois descí para o restaurante, no térreo do hotel. Fiz uma refeição muito saborosa, conversei com dois motociclistas de São Paulo e depois subí para dormir. No dia seguinte tinha um almoço combinado na casa do meu amigo José Otavio, outro estradeiro tradicional de Taubaté, em São Paulo.

Foz de Iguaçu a Ourinhos

Pela manhã, absolutamente recuperado da viagem, despedí-me da competente equipe do hotel Suiça e dos meus amigos Alejandro e Marcelo. Era o momento de voltar para a estrada e cumprir os compromissos antes de chegar no Rio, etapa final daquela viagem histórica que traria para o Rio e o Brasil, um título mundial de motociclismo estradeiro de longa distância, na categoria veterano. O tempo estava nublado mas sem chuva. Fui tocando até o ponto das saladas, um paradouro próximo a Cascavel onde vc saboreia uma salada com sorvete maravilhosa. Aproveitei para conversar um pouco com o dono, muito impressionado com minha longa viagem. Em seguida, passei por Cascavel e toquei em direção a Maringá, sempre progressista e com suas avenidas largas divididindo a cidade ao meio. Após cruzar pelo menos uma duzia semáforos, alcancei a rodovia novamente e continuei tocando minha viagem enquanto curtia a bela paisagem essencialmente agrícola com extensos plantios de soja, trigo, milho e outros grãos que transformaram aquele rico estado sulista, no grande celeiro do Brasil. No meio da tarde, cruzei a grandiosa cidade de Londrina, onde aproveitei para reabastecer a moto e tomar um cafezinho expresso. Terminada a operação, fui tocando para a divisa com São Paulo, mais precisamente a cidade de Ourinhos, onde pretendia dormir numa pousada localizada no primeiro acesso à cidade e logo depois do lago. Gosto dessa pousada, porque além oferecer conforto a preço bem razoável, possui como anexo uma pizzaria muito boa  e que oferece uma massa deliciosa. Chegando lá, guardei a moto no estacionamento fechado e fui tomar uma ducha antes de sair para comer uma boa pizza margherita e tomar uma cervejinha gelada. Após uma refeição deliciosa e um papo muito animado com o proprietário do hotel sobre minha viagem em fase de conclusão, já que na ída me hospedara lá e fui alvo de uma especulação se aguentaria ou não tal jornada. Após muita confraternização, fui para meu quarto e apaguei.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Foz do Iguaçu 02

Acordei um pouco tarde e já plenamente recuperado. Descí para o restaurante e tomei um café com muita fruta, iogurte, frutas, queijo, suco de laranja e tudo mais que tinha direito. Ao voltar para a recepção, encontrei o pessoal da Globo e começamos a matéria primeiro internamente e depois na rua andando no meio do tráfego. Foi uma matéria demorada e muito bem elaborada. Com a saída do pessoal, peguei a moto e levei-a para a Pico Motos onde trocaria o óleo e faria alguns ajustes e apertos. Ao chegar na oficina, encontrei a minha espera o pessoal da Rádio CBN, que aliás, havia feito uma entrevista comigo na minha ída. O Pico gentilmente nos cedeu sua sala de diretoria e alí conversamos por mais de uma hora a respeito de varios aspectos da minha viagem para o Alasca e para Sturgis, Dakota do Sul. Encerrado o papo, despedí-me do pessoal e saí para almoçar e cortar o cabelo. Estava com o cabelo bem grande e precisava de uma tesoura urgente. Terminada a operação e com a cara mais asseada, fui para uma churrascaria e comí um rodizio de carne maravilhoso. Numa mesa próxima havia um grupo de motociclistas que me reconheceram pela camiseta do projeto. Ficamos por um bom tempo conversando sobre viagens e no final, gentilmente, pagaram meu almoço. Saí do restaurante e voltei para a Pico Motos onde recebí a moto pronta e regulada. Ao tentar pagar, fui informado que era uma cortezia da casa. Agradecí e após tirar uma série de fotos com o Pico, voltei para o hotel. Como Alex estava na Espanha com a familia, Marcelo convidou-me para jantar e passamos algumas horas conversando sobre motociclismo e viagens. Após o jantar, nos despedimos pois sairia cedo no dia seguinte. Subí para meu apartamento e passei meu roteiro para os amigos e familiares. Pretendia dormir em Ourinhos e no dia seguinte passaria em Taubaté para almoçar com o amigo José Otavio, na casa dele. Preparei a bagagem para o dia seguinte e depois fui para aquela super cama que é uma tradição do hotel Suiça.

Presidente Saenz Penã - Argentina a Foz do Iguaçu - Brasil

Acordei por volta das seis horas e após tomar um café no hotel, partí em direção ao Brasil. Aquela era a etapa final em território estrangeiro de uma jornada solitária que ao ser anunciada na época, pouca gente acreditou. Era um projeto ousado demais para aqueles que não faziam fé na minha ousadia e na minha determinação. E alí estava eu na divisa de Resistência com Corrientes, sentindo por antecipação o sabor da vitória e da missão cumprida. Atravessei a bela cidade de Corrientes, driblei alguns corruptos da policia camineira que fazem ponto naquela região, achacando alguns motociclistas desavisados e inexperientes que circulam por alí pela primeira vez e toquei para a sempre linda cidade de Posadas, onde cheguei no inicio da tarde. Aproveitei para parar num posto YPF e reabastecer antes de tocar para Eldorado, onde visitaria alguns amigos de longa data, na passagem para Foz do Iguaçu. A vantagem de tantos anos na estrada, é colecionar bons amigos por onde passamos. A moto abastecida, fui tocando por aquela estrada muito bem asfaltada e sinalizada. Um pouco antes de Eldorado fui parado pela patrulha do Exército, mostrei os documentos solicitados e seguí para o centro da cidade com seu imponente Cassino e alguns hoteis na avenida principal. Após conversar com Daniel e o irmão, motociclistas e integrantes do moto clube local, toquei para a fronteira com o Brasil. Por volta das cinco horas, atravessava a aduana recebendo efusivos cumprimentos pela aventura. Em seguida, cruzei a ponte Tancredo Neves e cheguei no Hotel Suiça, onde fui recebido pelo meu irmão Marcelo, braço direito do Alejandro e tambem motociclista de primeira linha. Acomodado no hotel, fui avisado que no dia seguinte cedo seria procurado pela equipe local da afiliada da Globo para fazer uma matéria sobre minha jornada ao Alasca. Em seguida fomos para o restaurante  e jantamos juntos um buffet delicioso. Alimentado, despedí-me e toquei para o quarto de onde falei por telefone para minha casa e para alguns amigos mais chegados. Afinal de contas estava no Brasil.

Salta a Presidente Saenz Penã - Argentina

Após as despedidas de praxe tanto da familia quanto das autoridades de Salta, toquei em direção a El Galpon para visitar o meu amigo Don Côco Penãlva, fazendeiro na região. Ao chegar na cidade no meio da manhã, fui recebido por secretários municipais, vereadores, delegado de policia e o dono da rádio que convidou-me para uma mesa redonda na emissora. Fizemos um programa falando basicamente de motociclismo e sobre minha viagem ao Alasca e minha passada pelo Evento de Sturgis. Ao sairmos da rádio, fomos convidados para almoçar na casa do nosso amigo fazendeiro, onde confraternizamos e bebemos um bom vinho da região. Dalí, nos despedimos de todos os meus novos amigos e anfitriões e tocamos de volta para a estrada em direção à cidade de Presidente Saenz Penã onde pretendia parar e dormir. Esse trecho é de pura reta, uns 600 km e muito perigoso por causa das cabras que circulam em bandos pelo acostamento e de vez em quando resolvem atravessar a rodovia. No meio da tarde, parei num povoado e aproveitei para reabastecer a moto. Não colocava combustível desde minha saída de Salta e o tanque acabara de entrar no reserva. Após colocar uma gazolina de octanagem bem elevada como faço sempre na argentina e com uma economia de 30% com relação à nossa mistureba vergonhosa do Brasil, voltei a tocar firme e forte naquela reta interminável. Finalmente no final da tarde, entrei na cidade de Presidente Saenz Penã e me dirigí para o centro em busca de um hotel. Poderia tocar mais um pouco e chegar em Corrientes no inicio da noite, mas hotel em Corrientes normalmente é muito caro. A decisão de dormir naquela cidade, era por questão de economia e estratégia de viagem. No dia seguinte tocaria direto para Foz do Iguaçu e dormiria no hotel Suiço do meu amigo Alejandro, presidente do Aquilas de La Frontera, moto clube de Puerto Iguazú. Após estacionar a moto no hotel, fui para meu quarto e liguei a internete para falar com meus familiares e avisar ao hotel de Foz da minha passagem por lá e marcar uma revisão na Pico Motos, empresa do meu amigo Pico. Finalizadas essas providências, tomei uma ducha fria e fui para a cama dormir.

Salta 02

No dia seguinte, logo cedo, recebí a visita de uma TV de Buenos Ayres que convidou-me para um especial, incluindo na reportagem meus parentes de Salta. Para quem não sabe, tenho um filho casado com uma Saltenha e uma neta que vivem naquela bela cidade localizada no noroeste da Argentina, aos pés das Cordilheiras dos Andes, fazendo divisa com o deserto do Atacama. Conversamos muito sobre o motociclismo do Brasil, principalmente sobre seu vanguardismo no continente americano. Após um papo longo e agradável, fornecí algumas fotos interessantes da minha viagem para serem publicadas na apresentação da entrevista e me despedí do pessoal com a promessa de que iria visitá-los quando de uma próxima passagem pela capital Argentina. Na parte da tarde, fui levado para visitar em sua casa, um motociclista veterano Saltenho que mostrou-me através de fotos, uma parte de sua longa trajetória no motociclismo estradeiro argentino. Com a experiência de seus oitenta anos, com sessenta dedicados ao motociclismo estradeiro, me propiciou momentos muito agradáveis, além de ensinamentos valiosos sobre estrada e viagens realizadas até então. O verdadeiro motociclista estradeiro sabe como é fascinante ousar contra as intempéries e sentir na pele o sinal de perigo em cada obstáculo que supera numa jornada em duas rodas. E principalmente eu, que pratico essa categoria de motociclismo há cinquenta e cinco anos. Naquela noite, ofereceram-me um churrasco à moda argentina, em familia, onde pude saborear uma carne especial e um vinho da terra, já que Salta é uma das maiores produtoras de vinho da argentina.

Pumamarca a Salta - Argentina

Muito bem recuperado do dia anterior, após um café colonial completo e com as despedidas dos donos do hotel, seguí para Jujuy, uma bela cidade do norte Argentino. De lá, seguiria para Salta e receberia uma comovente homenagem por ter sido o primeiro motociclista sulamericano, com sessenta e nove anos, a fazer o trecho rio-Alasca, solitariamente, além de ter sido tambem o primeiro motociclista estradeiro sulamericano a participar do Evento de Sturgis, Dakota do Sul, o maior do mundo, pilotando sua própria moto desde sua cidade de origem. Fui recebido pelos secretários de Turismo e imprensa do Estado e do Municipio em plena praça central da cidade ao som do grupo folclórico municipal e falei de motociclismo do Brasil para mais de uma dezena de TVs, Jornais e Rádios da Argentina, além de ser nomeado pelo Prefeito Miguel Isa, embaixador de Cultura e Turismo de Salta no Rio de Janeiro. Durante as homenagens de Salta, que depois se reproduziram em El Galpon, pensava na ausência total da AMORJ, nossa associação oficial de motociclistas do Rio de Janeiro, que mesmo diante do fato mais importante do motociclismo estradeiro brasileiro gerado por mim em 2011, não havia se pronunciado sequer através de email para desejar-me um feliz regresso e agradecer meu feito, conquistando para o motociclismo do Rio e do Brasil, um título mundial de motociclismo estradeiro de longa distância na categoria veterano. Talvez a falta de intimidade com moto e estrada, além da total ausência de votos para legitimar tal diretoria na nossa associação há uma década e meia, explique essa ausência deliberada em momento tão marcante para nosso motociclismo verdadeiramente estradeiro. Aliás, não fossem os moto clubes da baixada liderados pelo Pregos do Asfalto, a independência do Geraldo Correa do jornal Motorcycle e o espirito estradeiro de dezenas de irmãos que compareceram à minha despedida, além da presença da imprensa falada, escrita e televisionada, minha saída para essa histórica conquista, teria sido absolutamente ocultada. Encerradas finalmente, as boas vindas de Salta, fui levado para a casa de meu filho Marcio, onde descansaria por alguns dias dessa maratona de 48.000 km, rodados solitariamente, em tres meses e vinte e seis dias, sem nenhum patrocinio oficial ou privado, sem nenhum tipo de carro de apoio e muito menos a participação oficial da AMORJ, seja na saída ou na minha chegada.