sábado, 5 de novembro de 2011

Segundo dia em Cartagena

Encontrei com meus novos amigos venezuelanos logo pela manhã e fomos tratar da papelada oficial das nossas motos. Os nossos vistos pessoais seriam tratados pelo capitão do veleiro. Após uma manhã inteira na aduana, marcamos com dois funcionários do setor, uma vistoria nas motos, no próprio clube nautico no final da tarde. Voltamos para o hotel e tratei de pagar minha conta e me despedir do Frank Rios, gerente do hotel e um novo amigo que deixaria para trás igual a tantos outros que fui amealhando no curso dessa jornada tão rica em solidariedade e fraternidade. Como ia embarcar à noite, procurei comer alguma coisa leve e comprar algumas bobagens para comer no barco, apesar de termos combinado tres refeições por dia, durante nossa aventura marítima de quatro dias e quatro noites pelo deslumbrante mar do Caribe com sua tonalidade azul transparente. Após caminhar um pouco pelo interior da cidade murada, misturando-me às centenas de turistas que se atravancavam nas lojas e nas ruas, voltei para o clube nautico para assistir a inspeção de minha moto. Passado algum tempo, chegaram meus companheiros de viagem, capitaneados pelo José Tesorero, fotógrafo oficial do grupo e que para minha satisfação, tem um irmão casado com uma brasileira, morando em Queimados, no Rio de Janeiro. Encerrada a inspeção oficial das motos sem nenhum tipo de problema, fomos fazer nossa última refeição em terra, numa pizzaria localizada próxima ao local do nosso embarque. Após uma boa pizza acompanhada de cerveja colombiana, nos encaminhamos para o ancoradouro do clube e fomos embarcados num bote inflado e com motor de popa e levados para o veleiro que já estava pronto para zarpar com destino ao porto de Colón, nada mais do que uma enseada com algumas poucas casas e um bar com um pier improvisado onde as motos seriam desembarcadas, enfrentando os mesmos riscos do embarque, em Cartagena. Escolhidos os beliches e acomodadas as bagagens pessoais, subimos para o convés e assistimos um espetáculo verdadeiramente maravilhoso, com as luzes de Cartagena refletidas nás águas do Caribe. Naquele exato momento de absoluta magia, brindamos nossa partida para o desconhecido e selamos nossa amizade, que tenho certeza, será eterna apesar da distância que nos separa. Em seguida, aproveitamos para arrumar os respectivos beliches e dormir embalados pelos movimentos suaves e preguiçosos do mar caribenho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário