terça-feira, 8 de novembro de 2011

Guatemala ao Mexico

Saí de Antiqua ainda cedo, aproveitando uma estiada e a promessa no ar de um pouco de sol. A estrada na região é muito cheia de curvas e eu descia todo o tempo em direção à fronteira com o México, onde iniciaria minha jornada sempre solitária pela america do norte. Seria o inicio da terceira etapa de nossa aventura pelas tres américas em direção ao Alasca. Seguí minha minha viagem impressionado com a quantidade de painés de estrada protestando contra a corrupção dos politicos locais, aliás, bem diferente do Brasil, já que nos acostumamos com nossa performance de país campeão da impunidade. No meio da manhã, a chuva voltou e passou a fazer um pouco de frio. Era um domingo e a estrada panamericana estava um pouco vazia, o que facilitava o rítmo da viagem. No meio do dia, cheguei na fronteira com o Mexico e os trâmites foram muito rápidos porque os documentos oficiais da Guatemala, na entrada do país, têm um prazo de noventa dias, ou seja, se vc retorna para a Guatemala num prazo de noventa dias, não precisa de nenhum trâmite na saída e nem posteriormente, na nova entrada. Isto além de facilitar o trânsito dos turistas, diminue muito a burocracia. Atravessei então para o México e começou aí uma série de problemas. Um cidadão da aduana mexicana cismou com os papéis de minha moto e exigiu de mim um documento complementar que eu teria de providenciar no Brasil. Por mais que argumentasse, não convencí ao funcionário mexicano que já demonstrava aquele característico  excesso de autoridade tão comun em autoridades de baixo escalão. Resolví então exigir dele um permisso para sair dalí e aguardar o tal documento num lugar seguro, já que as fronteiras do México, principalmente no Estado de Chiapas, um dos mais violentos do país, são muito perigosas. Ele aceitou meu apelo e forneceu um documento especial através do qual eu poderia circular livremente entre a aduana e a cidade de Comitan de Dominguez, uma progressista e bonita cidade, na qual teria que ficar baseado por uns dez dias, pelo menos. Saí da Aduana e tres quilômetros à frente, fui parado numa barricada do exército, onde tive que explicar todo o problema novamente e mostrar o permisso especial que me fora concedido. Finalmente me liberaram e duas horas depois, entrava finalmente na cidade de Comitan e me hospedava no hotel Laureles, que passaria a ser minha casa no México. Ao solicitar reserva, ainda ganhei um desconto na diária, já bem razoavel, pelo fato de passar mais de uma semana hospedado. Além de outras gentilezas, ainda me conseguiram uma lona especial para cobrir a moto no estacionamento e proteger minha bagagem. Fui para meu quarto, liguei meu lap top e contei para a familia a mudança de meus planos com relação à viagem, além de solicitar para meu irmão Delio, a remessa urgente do papel exigido. Após toda essa novela, só me restava saborear uma deliciosa Tequila.

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