segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Nicaragua a Honduras e El Salvador

Partí muito cedo de Chinandega e toquei direto para a fronteira da Nicaragua com Honduras. Em todas as duas, o esquema de chantagem e corrupção funcionavam abertamente e com total complacência da policia. Na saída da Nicaragua enfrentei os mesmos problemas de propinas e ameaças veladas da  entrada. Encerrados os trâmites nicaruaguenses atravessei para a aduana de Honduras e tão logo parei a moto fui cercado por verdadeira gang que praticamente exigiu que eu permitisse a ajuda de um deles. Concordei e fomos ao balcão de atendimento de passaportes. A senhora que me atendeu, avisou que em Honduras não  havia nenhuma taxa oficial e que eu pagaria apenas as xerox dos documentos oficiais. Terminados os trâmites legais, pronto para partir, entreguei uma nota de cinco dólares ao cara que me acompanhou. Ele falou-me que eu devia mais 15 que ele teria pago uma taxa oficial. Pedí então que ele apanhasse um recibo na aduana para oficializar tal pagamento. Neste exato momento, aquela gang até então passiva e observadora, cercou agressivamente minha moto e um deles balançou o guidon da moto tentando derrubar-me. Minha reação impensada foi imediata e agredí esse bandido mais ousado, jogando-o ao chão. No momento em que a gang reagiu vindo para cima de mim, a policia finalmente se fez presente e expulsou aqueles caras para longe e liberou minha saída pedindo-me desculpas pelo ocorrido. Resolví então que cortaria todo aquele país no mesmo dia, o equivalente a uma Rio-São Paulo, em distância, e atravessaria a fronteira de El Salvador antes do meio da tarde. Sem parar a não ser para abastecer a moto, toquei sem mais interrupções até alcançar a fronteira com El Salvador, no inicio da tarde. Na saída de Honduras, ainda muito chateado, não aceitei a ajuda e ainda arrisquei deixar a moto sem ninguem tomando conta enquanto tratava da minha saída daquele país. Umas duas horas depois, estava liberado e entrando no prédio da aduana de El Salvador, onde, diga-se de passagem, não existe esse tipo de picaretagem e banditismo. Paguei uma taxa oficial de entrada um pouco cara, porém fui brindado com o tratamento respeitoso que merece todo cidadão estrangeiro que visita uma Nação que se diz amiga da nossa. Entrei finalmente em El Salvador sem maiores problemas, mas inteiramente estressado com aquele dia de cão que havia enfrentado até aquele momento. Continuei minha viagem num rítmo menos acelerado, curtindo o belo visual de El Salvador,  até alcançar a cidade de São Miguel já no final da tarde, onde resolví pernoitar. O hotel San Miguel, repetia o esquema de toda a america central, um vigia de escopeta nos recepcionando na entrada. Tal esquema não me importunava mais, pelo contrário, deixava-me tranquilo com relação a segurança da moto. O hotel era de uma senhora muito simpática e que me recebeu maravilhosamente. Como estava muito excitado pelos acontecimentos do dia, comí uma refeição simples e após dispensar o uso da internete, até para não preocupar meus familiares, tomei uma demorada ducha quente e me recolhí para um merecido repouso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário