domingo, 13 de novembro de 2011

Ciudad Vitoria a Matamoros - mexico

Naquela manhã, acordei com a certeza de que enfrentaria naquele dia o pior trecho de minha jornada pelo mexico. Filtrando todas as opiniões a respeito da rota que iria atravessar a partir dalí, concluí que minhas precauções teriam que ser redobradas. Lembrei-me inclusive, que carregava no bolso o objeto mais precioso naquela região e que por ele, centenas de pessoas seriam capazes até de matar ou morrer, para possuí-lo. Tratava-se de nada menos que meu passaporte, com vistos americano e canadense, pronto para ser utilizado por qualquer pessoa mal intencionada ou integrante de um dos cartéis criminosos que atuam em todo aquele território fronteiriço. Estava plenamente convencido de que quanto mais próximo da aduana americana chegasse, mais risco de vida correria. Ao reabastecer a moto, um frentista comentou o quanto perigoso era viajar com aquele tipo de roupa que usava na ocasião. Ele se referia à minha farda camuflada dos fuzileiros navais americanos, que vinha utilizando por toda a america do sul e central. Pessoalmente, eu achava o contrário, tal vestimenta impunha algum respeito no meio da bandidagem e documento oficial era bem mais dificil de falsificar. Com espirito preparado e acreditando que nada acontece sem motivo, toquei em direção a Matamoros. A viagem corria sem problemas e eu esperava chegar no final da tarde, antes de escurecer. Para evitar dúvidas ou enganos, ajustei meu GPS para o hotel Matamoros, localizado no centro da cidade e em plena avenida que me levaria para o interior da aduana americana. Fui tocando a moto, procurando apreciar a paisagem e esquecendo das dificuldades que poderia encontrar pela frente. Já próximo a matamoros, parei para reabastecer e o frentista falou-me para não viajar ao anoitecer por aquela região, mostrando-me o estacionamento do posto lotado de caminhões e carretas. Os caminhoneiros que trafegam em direção à aduana, costumam parar por volta das quatro horas da tarde e só saem no dia seguinte. Dalí para a frente, aproveitando que a estrada havia duplicado as pistas, sentei a borracha na moto e bem antes do anoitecer, estava entrando no estacionamento do hotel. Como o centro da cidade à noite, fica absolutamente deserto, aproveitei para comemorar no próprio restaurante do hotel, essa última etapa de minha jornada em terras mexicanas. No dia seguinte, não voltaria para a estrada, pois a aduana americana fica localizada no entorno da cidade. Procurando relaxar, respondí meus emails, cada dia mais volumosos, tomei uma ducha quente e fui para a cama tentar dormir.

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