terça-feira, 25 de outubro de 2011

Calama a Pozo Almonte

Após madrugar na Hosteria de Calama, descí a bagagem para a garagem e melhorei as amarrações com as teias que envolviam o baú e os bauletos, onde entrelaçava os apetrechos tipo óleo para corrente, liquido anti embaçamento, água para o deserto, cantil, entre outros. Terminada a arrumação, subí para o restaurante e tomei um café reforçado, pois não costumo parar para almoçar durante o dia. Pago o hotel e liberada minha saída, fui para a estrada esperar os motociclistas chilenos, que chegaram pontualmente no local do encontro. Tocamos até o cruzamento da Panamericana e após encontrarmos dois casais que vieram de Antofagasta, seguimos em direção ao pacífico, enfrentando curvas e atravessando desfiladeiros gelados mas com um visual deslumbrante. O vento nas cordilheiras é sempre muito violento e naquele dia ele nos castigava a cada curva. Em Matopilla, paramos o comboio numa estação de serviços e aproveitamos para nos aquecer com um café cortado à moda Andina. Motos abastecidas, tocamos em direção à Iquique, margeando o gelado pacifico, tendo as cordilheiras à nossa direita. Após umas duas horas de viagem, tivemos que parar num posto aduaneiro de fiscalização dos veículos e respectivos documentos. Aliás, no Chile, a policia é muito rigorosa em todos os aspectos e muito séria. Não desobedeçam nenhuma regra de trânsito porque as multas são emitidas no ato e você só sai do País se pagá-las. Cumpridos os trâmites, seguimos nossa viagem até a bela cidade de Iquique, literalmente imprensada entre o mar e as cordilheiras. Fomos direto para o local do evento, onde fui muito bem recebido. Apesar da festiva recepção, despedí-me dos irmãos chilenos e voltei a subir em direção à panamericana para seguir minha jornada, já que o Encontro cobrava ingresso dos motociclistas e eu me recuso a participar de eventos pagos sob quaisquer argumentos, seja no Brasil ou no exterior. Faltando uns quarenta Km para Pozo Almonte, encontrei um irmão chileno com pane seca. Estava muito nervoso e sem água para beber. Após saciar sua sêde, não pude transferir gasolina para ele por falta de uma borracha. A solução foi seguir até Pozo e comprar um galão de cinco lts, enche-lo e levá-lo para nosso amigo. Sanado o problema, ele continuou em direção ao Evento e eu seguí pela panamericana até Pozo Almonte, onde conseguí um hotel para dormir. Era muito simples, mas conseguí um quarto em um pátio, onde pude colocar a moto sob uma varanda, em frente à janela da minha habitação. Após o jantar, levei meu lap top para a recepção, único lugar com rede disponível e alí, mantive  contato com amigos e familiares sobre minha localização, já que o rastreador colocado na moto não funcionava desde a fronteira com a Argentina. Cansado e muito bem alimentado, já que à noite eu sempre procurava almoçar e jantar ao mesmo tempo, planejei minha próxima rota e apaguei.

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